quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mais que conhecer, viajar é viver


Eu nunca havia estado em Toledo, mas também nunca tinha visto uma "Cavalgada de los Reyes". Não tinha noção de quanto esse momento é especial na celebração das festas de fim e começo de ano aqui na Espanha. Nós também conhecemos essa data no Brasil, mas não a celebramos assim. No máximo, quando criança, eu tinha visto uns homens fantasiados com roupas e máscaras um tanto quanto assustadoras, cantando músicas estranhas e caminhando pelas ruas. É o que chamamos de Folia de Reis. Em Borborema me lembro de ter recebido esses "foliões" em casa uma vez, quando meus pais foram pegos de surpresa, porque em geral eles fechavam a porta e fingiam que não estavam.

Pois aqui é diferente. Eles comemoram o dia 06 de janeiro até mais que o Natal - é só nesse dia que as crianças recebem os "regalos", por exemplo. É quando se come o "roscón" de Reyes, que, traz sorte, dizem. Na véspera, à noite, acontece a tal da cavalgada e eu a presenciei em Toledo, nas cercanías de Madri, onde estava passando o dia.



É um desfile dos Reis magos, precedido de uma banda, música, carros enfeitados e cheios de crianças que distribuem "caramelos" (balas, marshmallows, chupa chups) ao público que assiste, com sua sacolas na mão, prontas para serem "rellenadas" com as guloseimas. Eu mesma saí de lá com o saco cheio!! E muito feliz, me sentindo uma "niña" também!

Claro que a Cavalgada de Toledo é pequena se comparada a das cidades maiores - em Madri é um evento que fecha várias ruas - mas o sentido e a emoção são os mesmos. Crianças esperançosas aguardam a chegada dos resis, que vem acompanhados dos presentes e dos bons votos pra o ano que se inicia.


Dali, fui direto para a estação de trem de volta à capital. De Toledo, além da cavalgada, tenho bonitas imagens de recordação: um rio logo que se chega à cidade, com pontes que levam até o centro histórico, a catedral - das maiores da Espanha, as portas que dão entrada pela muralha, a casa de El Greco, o famoso pintor, e a visão de uma de suas obras, dentro de uma igreja muito simplezinha.

Meus olhos viram uma cidade marrom, cheia de subidas e descidas, de pedras e de torres de igrejas; meus ouvidos se lembram da música que entoavam as crianças esperando pela passagem dos reis e meu paladar não se esquece do sabor dos "mazapanes", expostos em quase todas as vitrines da cidade. Experimentei um de cada, pra poder eleger o melhor. Não consegui, então recomendo que se provem todos, enquanto subir e descer aquelas ruas tão cheias de charme e história.

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