terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Carta à minha família


2009 foi um ano cheio de emoções...

Vivi muitas coisas boas no trabalho, viajei, fiz amigos, mudei de casa e me senti ainda mais completa, consegui realizar meu sonho de morar e estudar em Barcelona e ter uma experiência incrível, mas o que mais marcou o ano com certeza foi o fato de ter podido voltar a dividir minha vida com vocês, tão de perto. Certamente o motivo que nos levou a isso não foi dos melhores, mas ter a possibilidade de experimentar o carinho materno de me dar banho e alimentar, a atenção e a preocupação de um pai que chegava à noite do trabalho buscando por mim e a certeza de que tenho um irmão pro que der e vier, tudo isso me fez estar segura de que tenho uma família incrível. Me fez sentir novamente uma menina – eu, que sempre quis ser crescida e independente. Me fez sentir amada. Acima de tudo me fez perceber como sinto falta de estar mais ao lado de vocês, de compartilhar mais momentos, de dizer mais o quanto são importantes na minha vida. O quanto eu amo cada um desses personagens da minha história...

Vivo hoje um momento muito especial – a realização de um sonho – e o mérito maior de conseguir isso não é meu. É ainda mais de vocês, que conquistaram tudo que conquistaram tendo vindo de onde vieram, que nunca se assustaram com as dificuldades, que souberam vencer todas e superar cada nova que aparecia, que me ensinaram a lutar pelo que queria e não desistir. O meu maior orgulho não são as conquistas que tenho e sim o fato de poder dividi-las com vocês, que são mais que meus ídolos, são meus heróis. E perceber que, além de mim, tem mais alguém seguindo esses passos. Meu irmão – você é a pessoa mais bonita que eu conheço – companheiro que ajuda, apóia, diverte. Não é preciso dizer muita coisa – a gente tem uma sintonia perfeita. Ele é um ser humano superior, costumo dizer, como poucos que conheço.

Desejo que nesse Natal, mesmo que esteja longe, continuemos unidos no que temos de mais bonito – as “nossas” coisas – aquelas que só nós entendemos: as brincadeiras, as piadas, o jeito como nos falamos, as recordações que temos...

E que 2010 nos mantenha ainda mais unidos, mesmo que de longe!

Um beijo grande de uma filha mais que orgulhosa

Barcelona, 22 de dezembro de 2009








Bon Nadal, amb caganers i turrons





O "Caga tió" é o que representa o bom velhinho na Catalunia. Nada mais é do que um pedaço de tronco decorado com uma carinha e um chapeuzinho, que fica escondido nas véperas de Natal embaixo de um pano. As crianças alimentam o tronco para que ele cresça e ofereça, ao final, os presentes de Natal. No dia da comemoração, batem no tronco com um pau e cantam a musiquinha:

Caga tió
avellanes i turró
No cagues arangades
que son salades,
Caga turrons
que son més bons

E alguém escondido embaixo do tronco entrega os presentes aos pequeninos. Dizem que a tradição tem a ver com o fato de o tronco quando pega fogo oferecer luz e calor, que são dois bens importantíssimos, por isso começaram a tratar o tronco como algo que oferece presentes, de todas as formas. Por isso, o tió é quem caga os presentes.

Parece um pouco nojento, mas o "cagar"é algo nobre por aqui. No presépio, se colocam uns bonequinhos com a bunda de fora, na pose mesmo, prontos pra agir. São os "caganers". E só pessoas importantes são transformadas em personagens.

Na feira de Santa Lúcia, a tradicional natalina que acontece aqui - em frente a Catedral e a Sagrada Família -, há caganers do Obama, do Lula, do Messi e do Homer Simpson. Dá mesmo um pouco mais de diversão ao presépio. Olha que bonitinhos!

Desde aqui, 9 graus e chuva, me vou a Andaluzia, onde faz menos frio, para celebrar a cena de navidad, regada a cava e turrones.

Un "Bon Nadal" a todos o "Felices Navidades" !!!





Dando tchau a Portugal

No último dia de aventuras lusas, me despedi de Lisboa desde arriba, no Castelo de São Jorge, com uma vista espetacular da cidade. Dali, um trem rumo a Cascais, o litoral lisboeta. Paramos em locais estratégicos, como a Boca do Inferno, a Praia do Guincho e o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do continente europeu - dava até pra imaginar o Brasil do outro lado daquele imenso oceano. Dei um tchauzinho, de longe.

Para fechar com chave de ouro, um restaurante tipicamente português, com as doçuras peculiares - o garçom nos dava todas as dicas do que devíamos pedir, nos levava ofertas especiais e quando pedimos os pratos principais nos disse que era comida demais, que nos traria o que achava ideal - sem se aproveitar pra nos empanturrar de coisas. E a comida, incrível - pataniscas de bacalhau com arroz de feijão e bacalhau a brás - a melhor pedida. Saudade da comida de casa, de comer com gente zelando por você, como se você fosse uma visita à casa deles. Vinho verde típico, queijo curado, paõzinho quente...

Portugal deixa saudades - palavra que só nós, que falamos português, sabemos explicar o sentido - e um gostinho de quero mais. Não poderia ter tido despedida melhor..



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domingo, 20 de dezembro de 2009

Óbidos - o tempo não passa

Fomos de busão e foi bem fácil. Em uma horinha estávamos lá. Do Campo Grande até Óbidos. Na entrada da cidade, fila de pais com crianças pra visitar a Vila de Natal. O fim do ano é mesmo muito apreciado em Portugal. Pegamos uma mapa simples, que nos mostra nada mais do que 15 pontos de visita, sendo que uns 4 devem ser igrejas.

Óbidos não tem tamanho, mas impressiona. É uma cidade parada no tempo, cercada por uma muralha, e foi parte do dote de uma princesa. É assim, você se casa e ganha uma cidade de presente. Básico. Mas o povoado não tem nada de básico. É muito encantador, com casinhas coloridas dispostas em ruas de pedras e aparentemente fantasma, não fosse pelos turistas. Tem uma castelo transformado em hotel e você pode caminhar por cima da muralha, enxergando a cidade toda de cima. Tem também uma bebida típica, a ginjinha, feita com uma fruta da região parecida com uma cereja...Por um euro, se bebe um "chupito" num copo de chocolate. "Beba a ginja e coma o copo" - propagandeiam todas as barraquinhas. Pedimos logo duas. Isso depois de mandar um bife a cavalo, que ali se chama "prego no prato com ovo estrelado". Huuuum, gosto de comida da casa da minha mãe. Barato, ainda por cima, para os padrões europeus... Sentamos no sol e esperamos o ônibus que nos levará de volta à civilização.

No caminho de volta, os moinhos de vento chamam a minha atenção na beira da estrada. Estão ali, girando e girando, como quem não quer nada, e sem o mínimo esforço, numa cena bucólica, principalmente pra quem acaba de deixar um lugar parado no tempo. Tinha fugido um pouquinho do mundo...

Uma roomate inusitada

De volta a Lisboa, uma tempestade nos acompanha... sinto saudades momentâneas de SP quando buscamos algum lugar pra comer à 1h00 da manhã e achamos só um Mc`Donalds, depois de rodar. Pés massacrados e encharcados, saio de casa em busca da comida parecendo uma mendiga - de vestido por cima da calça e havaianas, pra deixar os pés respirarem, tadinhos... chamo a atenção e não é por um bom motivo... certeza que a caixa do Mc` imagina que eu moro na rua e que as meninas comigo são pessoas caridosas pagando algo pra que eu possa matar a fome. Tudo bem...

De volta, descanso merecido no limpíssimo albergue que escolhemos em Lisboa. Antes disso, um susto: a recepcionista nos disse que ficaríamos num quarto de quatro lugares com três camas livres, o que significava que havia uma pessoa já acomodada ali. Pobre... não esperava que a 1h00 da manhã alguém chegaria pra perturbar seu sono tranquilo. Mas quem ficou mesmo perturbada fomos nós três, na hora em que a hóspede abriu a porta. Afe... fiquei sem reação. Sério. Era tipo a bruxa do 71 despertando de um sono profundo. Não por maldade, coitada da senhora, mas não esperávamos por aquilo. Ela abriu a porta e ninguém falava nada. Então minha amiga pediu "permiso" e entramos. Lógico que sobrou pra mim dormir em cima da velha (na cama de cima do beliche, que fique bem claro). Sempre ficava com as camas desprivilegiadas. Pra garantir uma noite de sono tranquila, coloquei o Ipod no ouvido e já era... Certeza que ela ia roncar e eu não queria ter pesadelos. Já sonhava com Óbidos pro dia seguinte...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em Oporto - entre olhos arregalados e palavrões



A Oporto chegamos sem ter onde ficar e embaixo de uma tromba d'água sem fim... Depois de tentar três albergues lotados - afinal era noite de sábado e feriado na terça-feira -, encontramos uma hospedaria. O nome pra mim já revela algo estranho, mas quando o senhor que cuidava do lugar abriu a porta eu fui transportada pra um episódio do Chapolin em que eles têm que dormir uma noite em uma casa "assombrada" que ganharam de herança. Vendo sempre o lado bom da coisa: pagamos 25 euros em três e o senhor respondeu que "sim" às minhas duas perguntas básicas: tem água quente? e cobertor? Negócio fechado.

Dali, saímos pra jantar e parecíamos mais a comida em si: de tão molhadas, parecíamos dois franguinhos, mas o lugar compensou e a comida, entao, nem se fala: arroz de pato, com uma carne X e um vinho do porto, claro, pra acompanhar. Sobremesa não podia faltar. O lugar, chamado Galería Paris, é um restaurante que depois vira um bar. Muito bacana, mas eu e minha amiga Ana nos sentimos em algum momento em um ambiente absolutamente gay. Várias duplas, de homens, sentadas em mesas com luz de velas. Tudo bem. No máximo, seríamos um casal de lésbicas. No pasa nada! E a garçonete, uma gaúcha, nos explicou inclusive que dois caras haviam pedido pra não acender a vela, por favor!

Bom, falando do que interessa: Porto no domingo amanheceu sob um dilúvio. Nada que nos segurasse dentro de casa - ou da hospedaria sinistra. Saímos buscando o roteiro das Igrejas e dos pontos turísticos.

Olhando por cima da cidade é impossível virar a cabeça sem enxergar uma cruz. A cidade é repleta de igrejas, assim como todas que vi em Portugal. E é encantadora. Subindo suas ruas, de casas coloridas, é possível ver o quão antigo é tudo por ali.

Coisa de se admirar e de baixar a pressão - pelo menos a minha - a Igreja de São Francisco, com seus 500 kg de ouro (provenientes do Brasil, muito provavelmente). Visita obrigatória. Baixando a cidade, está o Rio Douro e suas pontes charmosas. Na beira, vários restaurantes de comida típica da região, mais caros e turísticos, claro. Acabamos optando por um pouco mais afastado - pra "ahorrar" uns euros. A pedida: Francesinha - prato típico da cidade, além do conhecido bacalhau. Na verdade, acho que é a versão para turistas pobres, porque consiste em: pão de forma recheado de presunto, queijo, salsicha, linguiça e bife, com um molho um pouco picante por cima e batatas fritas para acompanhar. Foi como engolir uma bomba! Mas delicioso...

Para sair de Oporto, nos esperava o trem de volta a Lisboa, sempre embaixo de chuva. Nossos guarda-chuvas, comprados em um chino por 2, 50 euros, estragaram com o vento ao longo do dia. Nossos pés estavam encharcados. Minha amiga insistia que algo cheirava a cachorro molhado. Acho que era tudo. Mas não importava tanto. Afinal, Oporto é linda e vale a pena mesmo sob dilúvio. Mas se vale um conselho dos locais: visite no verão e ficará ainda mais apaixonado!




Em Coimbra - dentro de um livro



A chegada em Coimbra não foi das melhores. O carro que íamos alugar não rolou e tivemos que decidir na última hora por ir de trem e assim já estaríamos no caminho para Oporto, nossa próxima parada.

Ao chegar na cidade, as malas. Onde deixar? Parece que qualquer cidade em Portugal tem subidas de paralelepípedos como as do Pelourinho em Salvador ou das cidades marcadas por Aleijadinho em MG. Na verdade, esse é um dos maiores charmes de todos esses lugares, elo menos para mim, mas naquele momento dificultava nossa vida.

Depois de 3 dias no país e de perceber a maneira doce dos locais, tinha certeza de que conseguiria um "jeitinho"pras malas. Batemos na porta de um hotel perto da estação, onde perguntamos se podíamos deixar nossa mala ali, pelo período da tarde. A senhora, que veio limpando a mão no avental (estava almoçando, e por isso não havia ninguém na portaria, muito típico), nos disse que ali não, mas que havia uma padaria na esquina onde poderíamos. E assim foi, por 2 euros cada, deixamos nossas malas pelas quatro horas seguintes - o suficiente para percorrer e admirar uma cidade praticamente deserta. Era sábado e Coimbra é uma cidade universitária - a universidade mais antiga e tradicional de Portugal. Ali chegamos a Sé - todas as cidades têm a sua - entramos nos corredores utilizados pelos alunos desde séculos, vimos salas de avaliação muito parecidas a igrejas, visitamos uma biblioteca repleta de ouro e admiramos de dentro do pátio a vista de cima da cidade.

Baixamos até o rio Mondego, cruzamos a ponte de Santa Clara e paramos em uma doceria, onde se podia beber Guaraná Antarctica por 1 euro, mas eu preferi o típico da região: um pastel de Tentugal - recomendação da dona - outro pedaço de perdição - o mais doce possível concentrado em uma área bem menor que a palma da minha mão e no ponto pra não querer mais açúcar na sequência, mas ficar com um gosto de quero mais, amanhã e depois e depois...assim como de Coimbra, porque o inverno dificulta um pouco as coisas.

Tudo, ou quase, fecha as 17h, quando já está praticamente escuro - e por isso não vimos a Portugal dos Pequenitos - uma cidade toda em miniatura, para crianças, mas que eu, claro, queria ver - , nem a Fonte dos Amores onde, conta a História, foi assassinada Inês de Castro, pelos que se opunham ao seu relacionamento com o Príncipe Pedro. Razões políticas. A lenda que segue é que o sangue de Inês teria manchado as pedras da fonte, que até hoje são avermelhadas. Mesmo não podendo ver, não pude deixar de me sentir um pouquinho mais perto de Camões - e de recordar o "Inês é morta". Fica mais fácil entender as histórias assim, né? E muito mais enriquecedor. Mas também senti um bocado de orgulho por estar ali - e saber quantos pés já tinham pisado aquele chão, quanta riqueza cultural abrigam aquelas ruas íngremes e quanto de curioso pode guardar uma simples fonte, dentro de uma quinta, escondida do outro lado do rio.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sintra - suas lendas e verdades






De trem de Lisboa, acho que não leva meia hora...mas é aprazível, não se percebe...só que faz muito mais frio ali e começam os ares de mistério... De verdade, eu não vi nada revelador, mas Sintra, uma cidade pequenininha, cheia de charme e gostosuras, conserva também um série de lendas - de fadas, bruxas e jovens enfeitiçados. Isso dizem os portugeses, mas não veio no ingresso que eu comprei pra entrar no Palácio da Pena e no Castelo dos Mouros. Disso eu posso falar, e bem. É encantador! No Palácio da Pena, as camas estão arrumadas com suas colchas do século 19, a louça está sobre a mesa e nos espelhos é quase possível imaginar o reflexo de quem ali se penteava ou admirava (não acho que eles usavam pra espremer cravos, como eu, ops, perdão, desvio do tema)...É tudo assim mesmo, muito poético. Eu me arrepiei quando entrei no quarto da rainha - praticamente uma casa, de tão grande. Duas curiosidades: a cama da rainha era maior que a do rei, porque, sim, ela era maior que ele; e o palácio, que foi o retiro dos últimos reis de Portugal, é abarrotado de móveis, mas abarrotado mesmo, com cadeiras por todos os cantos, várias no banheiro inclusive, porque eles não gostavam de ter vazios dentro de casa...



Fora o Palácio, há ainda o Castelo dos Mouros, que são ruínas do século 8, e tudo está dentro de imensas áreas verdes, no alto da montanha, o que deve mesmo criar um clima meio sinistro com o escurecer...



Com um só dia, como eu tinha, vale a pena visitar o da Pena (trocadilho infame) e as ruínas, mas não se pode perder, de forma alguma, a Rua das Padarias - não podia ter nome melhor - onde é obrigatório visitar a "Periquita" e comer ali um "travesseiro", doce famosíssimo da cidade. Imagina a cara do guarda do Palácio quando eu perguntei pra ele: "Vem cá, o que é mesmo a Periquita?" Sáo não foi tão reveladora de surpresa quanto a minha quando eu degustei o travesseiro - era um pedaço do céu, assim como Sintra. Hay que ver!



(E Portugal continua...)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Em Lisboa



Chegar em Lisboa foi como chegar a qualquer cidade do Brasil. Pegamos um ônibus cheio, uma velha louca já começou a conversar, passageiros simpáticos deram dicas. Continuou assim quando comi coxinha na padoca, quando a recepcionista do albergue nos deixou usar o banheiro mesmo sem ter feito o check-in, quando baixamos pelas grandes avenidas cheias de carros e prédios altos e vimos os enfeites de Natal espalhados pela cidade...

Lisboa se revelou européia quando entramos no trem sem catraca, visitamos Monastérios e Castelos, sentimos o peso da História que a cidade carrega.

E se mostrou extremamente bucólica quando encontramos as margens do Tejo, provamos o famoso pastel de Belém, vimos o por do sol de dentro da Torre e cruzamos com bondes que nos levariam ao alto da cidade, de onde ainda me lembro de imaginar o cheiro do açúcar espalhado nas vitrines e as sombras da arquitetura cheia de memória...

Portugal é doce (e os portugueses também)






Portugal me impressionou muito, e em muitos sentidos. Tem cidades lindas e charmosas, algumas paradas no tempo... tem paisagens naturais misturadas à arquitetura, tem história milenar... mas prefiro começar aqui dizendo que o país foi, pra mim, oportunidade de descobrir o quanto os portugeses são amáveis e experimentar a boa comida (muito boa)...

Como brasileira, acho que nunca havia me sentido orgulhosa de ter sido colonizada por portugueses. Talvez carregasse um resquício de raiva pelo que aprendemos na escola, sobre a exploração do nosso país, a fuga das riquezas, nossa falência desde o princípio... Não que uma viagem a Portugal tenha apagado a História, mas o fato é que me senti feliz por ter sido cria dos portugueses, por termos herdado deles, principalmente, a doçura de ser como somos.

No sentido literal de doce, experimentei tudo: Pastel de belém, Travesseiro da Periquita, Queijadas, Tertugal... e minha primeira bocada na Terrrinha, às 10h da manhã, foi uma coxinha na padaria da esquina. Melhor estréia não poderia haver... Portugal vai deixar saudades (como cantam os fados de Amalia) e eu vou dedicar muitas memórias a esses dias com os gajos e as raparigas...




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A pegadinha da siesta e a salvação dos chinos


Saí pra fazer umas comprinhas: precisava de uma mala pequena pra viajar a Portugal e de uns potinhos pra colocar shampoo, sabonete, hidratante - essas coisas básicas que não se pode levar em grandes embalagens porque pesa e não passa na bagagem de mão. Meu relógio biológico quase me atrapalha completamente quando chego na rua e lembro que as lojas quase todas fecham às 13h e só reabrem às 17h. Merda! Isso ia dificultar muito a minha vida. Vejo de fora das vitrines, mas não posso entrar.
A siesta realmente funciona - muitas lojas, mas muitas mesmo, das mais diversas, fecham entre 13 e 17h, com pequenas variações no horário. A minha salvação, tanto por estarem abertos o tempo todo, quanto por serem mais baratos, são os "Chinos" - como os R$ 1,99 que temos no Brasil. Eles dominam esse mercado de lojas de pequenas coisas e se pode fazer a festa ali - eu comprei , além do que precisava, um alicate de unha, velas e essencias, um abridor de latas e uma fita dupla face. Oferta bem variada.
É só graças aos chinos e aos pakis, que dominam os pequenos mercados de bairro, que podemos burlar a siesta e comprar também à noite e nos fins de semana! E esses, coitados, tenho a impressão de que não dormem nunca.