sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em Oporto - entre olhos arregalados e palavrões



A Oporto chegamos sem ter onde ficar e embaixo de uma tromba d'água sem fim... Depois de tentar três albergues lotados - afinal era noite de sábado e feriado na terça-feira -, encontramos uma hospedaria. O nome pra mim já revela algo estranho, mas quando o senhor que cuidava do lugar abriu a porta eu fui transportada pra um episódio do Chapolin em que eles têm que dormir uma noite em uma casa "assombrada" que ganharam de herança. Vendo sempre o lado bom da coisa: pagamos 25 euros em três e o senhor respondeu que "sim" às minhas duas perguntas básicas: tem água quente? e cobertor? Negócio fechado.

Dali, saímos pra jantar e parecíamos mais a comida em si: de tão molhadas, parecíamos dois franguinhos, mas o lugar compensou e a comida, entao, nem se fala: arroz de pato, com uma carne X e um vinho do porto, claro, pra acompanhar. Sobremesa não podia faltar. O lugar, chamado Galería Paris, é um restaurante que depois vira um bar. Muito bacana, mas eu e minha amiga Ana nos sentimos em algum momento em um ambiente absolutamente gay. Várias duplas, de homens, sentadas em mesas com luz de velas. Tudo bem. No máximo, seríamos um casal de lésbicas. No pasa nada! E a garçonete, uma gaúcha, nos explicou inclusive que dois caras haviam pedido pra não acender a vela, por favor!

Bom, falando do que interessa: Porto no domingo amanheceu sob um dilúvio. Nada que nos segurasse dentro de casa - ou da hospedaria sinistra. Saímos buscando o roteiro das Igrejas e dos pontos turísticos.

Olhando por cima da cidade é impossível virar a cabeça sem enxergar uma cruz. A cidade é repleta de igrejas, assim como todas que vi em Portugal. E é encantadora. Subindo suas ruas, de casas coloridas, é possível ver o quão antigo é tudo por ali.

Coisa de se admirar e de baixar a pressão - pelo menos a minha - a Igreja de São Francisco, com seus 500 kg de ouro (provenientes do Brasil, muito provavelmente). Visita obrigatória. Baixando a cidade, está o Rio Douro e suas pontes charmosas. Na beira, vários restaurantes de comida típica da região, mais caros e turísticos, claro. Acabamos optando por um pouco mais afastado - pra "ahorrar" uns euros. A pedida: Francesinha - prato típico da cidade, além do conhecido bacalhau. Na verdade, acho que é a versão para turistas pobres, porque consiste em: pão de forma recheado de presunto, queijo, salsicha, linguiça e bife, com um molho um pouco picante por cima e batatas fritas para acompanhar. Foi como engolir uma bomba! Mas delicioso...

Para sair de Oporto, nos esperava o trem de volta a Lisboa, sempre embaixo de chuva. Nossos guarda-chuvas, comprados em um chino por 2, 50 euros, estragaram com o vento ao longo do dia. Nossos pés estavam encharcados. Minha amiga insistia que algo cheirava a cachorro molhado. Acho que era tudo. Mas não importava tanto. Afinal, Oporto é linda e vale a pena mesmo sob dilúvio. Mas se vale um conselho dos locais: visite no verão e ficará ainda mais apaixonado!




Nenhum comentário:

Postar um comentário