domingo, 29 de novembro de 2009

Barça, Barça, Baaaaaaaaaaaarça


OK, eu não quero ser repetitiva e falar novamente do jogo do Barça - e não é por falta de temas, juro que há uma lista esperando pra escrever -, mas o "partido" de hoje merece, muito, um post.
Começando pela ansiedade e pelos preparativos na cidade durante a semana - todos discutem e planejam onde ver o jogo, alguns ainda correm tentando comprar ingressos, ouço história de gente que pagou 300 euros pra entrar no Camp Nou - e pelos momentos imediatamente antes do confronto. Chego no bar indicado duas horas antes, já prevendo dificuldades. Ainda está fechado.. Eu não arredo pé, meu amigo bate na porta... Um dos funcionários, um brasileiro muito simpático, nos diz que está lotado, que as reservas foram feitas cerca de 10 dias antes e me solta um "Isso é Barça e Real Madrid". Me sinto uma principiante. Cogito a possibilidade de ver em casa - tenho TV a cabo, é só comprar o pay-per-view... Saímos do bar e ficamos na chuva pensando no que fazer... 5 minutos depois ele volta dizendo que eu tenho muita sorte - alguém ligou e desmarcou a reserva. Todos se posicionam para ver os tão esperados 90 minutos! Me arrepio denovo quando toca o hino! Odeio Cristiano Ronaldo! Acho o Messi um fofo e Guardiola um charme! O campo, uma beleza! Ouço "Venga, venga!!", "Dale, dale!!" "Nooooooooo!!". Na mesa de brasileiros, comparamos com a emoção de ver o Corinthians jogar, cogitamos a vinda do Messi e vibramos muito no momento do gol! Valeu a pena ficar em pé para muitos. Voltamos pra casa satisfeitos e realizados.
Todos nos sentimos um pouquinho Barça...e queremos mais...



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os peixes turcos, o fax e a feijoada


Não sei se é falta do que fazer ou os novos ares de Barcelona, mas minha cabeça aqui funciona a mil. O tempo todo tenho idéias, planos e curiosidades. Uma delas é essa: como funciona um fax? Tudo isso foi culpa de um professor, que citou o fax em aula e minha mente já deu muitas voltas... Afe, supera minha compreensão. Pensa que vc enfia um papel em uma máquina e ele sai do outro lado do mundo, quase igualzinho ao que está na sua mão...
Fiz a pergunta a um amigo que me apresentou ao seguinte site: http://www.howstuffworks.com. Simplesmente digitando a palavra FAX em buscas, consegui a seguinte bíblia: http://communication.howstuffworks.com/fax-machine.htm. Eu entendi mais ou menos, mas não sei explicar, rs... Já que tinha descoberto o site, resolvi procurar mais coisas bizzarras e achei, entre outras coisas, um tratamento de pele chamado "Doctor Fish", que consiste basicamente em colocar uns peixes turcos esfomeados nos seus pés pra eles comerem suas células mortas. É sério, tá aqui ó: http://health.howstuffworks.com/skin-care/problems/treating/doctor-fish.htm. Mas se a idéia não for algo tão, digamos, inovador, e sim mais apetitoso, tem até receita de feijoada: http://recipes.howstuffworks.com/feijoada-completa-recipe.htm. Hahaha, me diverti!


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Casar ou comprar uma bicicleta?



Não que a primeira opção exista, mas eu to muito mais pra comprar uma bicicleta, ou, melhor ainda, apenas usar e abusar delas. Isso mesmo, uso, abuso e passo pro próximo. Amo a possibilidade de caminhar 50 metros, subir na bike, chegar na faculdade, estacioná-la e entrar na aula. Tudo isso por meros 30 euros por ano. É incrivel! E ainda nao gasto com metrô, faço exercícios e posso sentir o ar gelado que me bate no rosto (que bucólico!). Sabe o que é melhor? As bicicletas estão por toda parte e são respeitadas como veículos quaisquer. Eu hoje abusei... andei na faixa do busão, na da direita, da esquerda e só depois aderi à ciclovia. Só não andei na contramão. Queria ver se levava uma buzinada na orelha. Nada! Foi perfeito... E ainda ajuda a me descabelar um pouco mais, principalmente se sair imediatamente depois de tomar banho... Já pensei várias vezes em tentar um bicing em São Paulo. Será que rola? Já ouvi de um monte de amigos que isso não daria certo e que eu morreria na primeira esquina...mas aqui acho que é tranquilo. Vou aproveitar, então...

A-MUSE-D

Eu tinha ingressos para ir ao show do Muse, que primeiro seria no dia 27 e teve sua data e local mudados por conta do final da Copa Davis. Estava empolgada, mas nada que se compare a quando ia ver o Radiohead, por exemplo. Mas daí tudo é diferente, começando pelo local do show, o Palau Sant Jordi, que fica ao lado do Estádio Olímpico, no meio do Montjuic. Quem conhece esses luagares, sabe do que estou falando. A vista, à noite, é incrível. A fila era perfeita. Ninguém se mexia do lugar. O lixo estava todo dentro do lixo!! Pouco antes do show começar, tentávamos entender qual seria a dinâmica, já que não havia nenhum instrumento no palco. Foi incrível!! Eles saíram do cenário e já começaram tocando uma das minhas músicas favoritas "Unprising". Nessa hora, eu entendi o que estava por vir: fiquei arrepiada durante toda a música. Não esperava ficar tão emocionada e o mais estranho foi que isso se manteve na apresentação de quase duas horas. Mas é quase indescritível...porque a música tem uma energia só deles, o cenário interagia perfeitamente com os músicos e o sentimento das pessoas que estavam ali era incompreensível, mas visível. Eu fiquei de queixo caído, juro... e mais uma vez entendi na pele, "literalmente", como a música é capaz de te atingir de uma forma que nada mais consegue... Amused é a palavra


domingo, 22 de novembro de 2009

Lendo embalagem de papel higiênico


Eu estava entediada no banheiro e reparei que a embalagem do papel higiênico vinha escrita em quatro línguas - espanhol, catalão (a língua da Catalunia), euskera (a língua do País Basco) e galego (a língua da Galícia) Dãã! Achei que era muita informação pra dizer "8 rolos de 21 m", mas tudo bem, faz parte do processo de globalização e manutenção da cultura das diferentes regiões da Espanha, blá, blá, blá...

O que foi mais engraçado, no entanto, é que eu peguei o papel higiênico pra ver onde era produzido (ok, falta do que fazer) e vi uma informação que me intrigou: o rolo, de folhas duplas, é suficiente para 178 servicios!! Como se não bastasse, eles ainda dão uma orientação do tamanho ideal para cada "servicio" - achei o cúmulo da intimidade alguém sugerir o tamanho do papel higiênico que eu deveria usar. Nunca tinha pensado nessa possibilidade.

Olha, eu já fiquei entediada em banheiros no Brasil também e nunca tinha visto tamanha indiscrição. Alguém pode me ajudar a verificar os rolos de Neve e Personal e esclarecer minha dúvida. Nós também sugerimos o tamanho adequado para nossos "servicios" no Brasil?

Além do mais, 178 me parece um número beeeeem alto. Medo

A noite em Barcelona

A noite de Barcelona tem suas peculiaridades. Há muitas opções de discotecas, todos os dias da semana, desde locais "pijos", como a Sutton, aonde vão os jogadores do Barcelona, até pequenos "antros"na Vila Olímpica, onde não se paga nada pra entrar, mas 90% do público é de menores de 18 anos e a qualidade da música bem duvidosa... O esquema, se quiser entrar nos locais mais nariz empinado (há muitos), é colocar o nome na lista. Há várias delas na internet, em comunidades no facebook, por exemplo. Depois de um mês aqui já aprendi que não se paga pra entrar em lugar nenhum. Mas é importante se planejar antes. Tudo começa a ficar cheio depois das 2h, e as listas vão até 2h30/3h, mas aí é pontual, 2h31 e ninguém mais entra. Como é muito comum ir de um lugar pra outro - jantar, copas e depois dançar - é fácil se atrasar e daí ficar perdido na noite, literalmente. Outra grande chance é passar do horário na hora de comer. 0h é quando a maioria das cozinhas fecha, algumas a 01h, com sorte. Claro que sempre tem uma opções de kebab (o nosso sanduíche grego do Brasil) ou de tapas, mas nada com grande qualidade ou charme que eu ainda tenha descoberto (ainda há muito tempo, eu sei). O mais legal de tudo é que vc pode sair de um lugar desses "pijos", como a Sutton ou a Opium Mar, com lustres de cristal e água a 5 euros (que eu me recuso a comprar, claro) e pegar o NIT Bus, que funciona durante toda a madrugada e te deixa pertinho de casa, por menos de 1 euro. Quem me conhece sabe que eu jamais iria nesses lugares bancando do meu próprio bolso. Como não me faz falta beber, é fácil sair à noite e gastar só o busão. Como eu adoro experiências antropológicas, aceito os mais diversos tipos de convite e programas, até porque a vida só se vive uma vez, principalmente em Barcelona, com nome nas listas onibus na porta.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Marcas blancas


Acho que ainda não falei do meu curso nesse blog - falha nossa -, mas hoje tive uma aula que vale muito um post! Foi a primeira de Marketing e eu me peguei muito empolgada querendo fazer intervenções e comentários. Um dos casos discutidos foi Dove e eu fiz questão de meter o bedelho, mas me descobri especialmente interessada nas tais "marcas brancas", que são aquelas que levam o nome do supermercado, como a gente tem no Brasil no Barateiro e no Extra, por exemplo. Desde que cheguei aqui, ouvi falar diversas vezes sobre os diversos supermercados que vendem particamente apenas marcas próprias, como Mercadona e Consum, onde aliás fiz minha primeira compra, compra. É um sucesso na Espanha. Segundo o professor, 40% dos produtos consumidos no país são de marcas brancas. Daí eu vi a possibilidade das grandes corporações uma hora desaparecerem, ou melhor, se transformarem em outro tipo de grandes corporações. Enfim... não faço previsões mercadológicas, mas sei que esse tema me interessou muito e me abriu muito os olhos para o mundo marketeiro nesse sentido - de entender o mercado e os hábitos de consumo da galera. ... tudo bem que aqui eu sou mais pobre pois não ganho em euros, ou melhor, não ganho em nada, mas eu sequer considero as outras opções, como a marca branca é sempre a mais barata, eu acabo levando! Huuuum, vou dar uma fuçada nisso...

Las películas


Na Espanha, praticamente não existe o idioma inglês. Eles falam uma espécie de espanglês, com um sotaque que é bem peculiar deles, e isso acarreta um outro problema. Eles não gostam das atrações legendadas, sejam séries ou filmes, o que dificulta um pouco na hora de ver TV ou mesmo de ir ao cinema. Em Barcelona há algumas opções de filmes em língua original e eu fui ver "Malditos Bastardos", do Tarantino. No cinema, lá vem a máquina pra vender ingresso com cartão, a mesma simpatia de sempre dos atendentes de aqui e uma interrupção no meio do filme, que parou e as luzes se acenderam. Em ritmo de "estresse" espanhol, um dos espectadores levanta e aproveita para comprar "palomitas" e, quando volta, 5 minutos depois e nem uma reclamação em voz alta, pergunta se ninguém veio explicar nada do que tinha acontecido. Quando todos riem, ele volta pra comprar mais pipoca. Logo mais, o filme recomeça e todos voltam a suas posições iniciais. Aliás, sentei na ponta da poltrona chegando ao final da história. Quanta tensão! Muito, muito bom! (fiquei imaginando os palavrões que ouviria o projetista do Cinemark do Shopping Santa Cruz, nesse caso, rs)

domingo, 15 de novembro de 2009

Funk como le gusta

Se tem uma banda de que eu gosto, é essa: Funk como le gusta. E se tinha um tristeza por nunca tê-los visto ao viso, não tenho mais: na semana passada vi um show do FCLG aqui em Barcelona. Não preciso nem dizer que foi incrível e que 98% das pessoas do lugar eram brasileiras, exceto pelo segurança e os bartenders.

A música versão cubana já foi golpe baixo, merece o vídeo:


Não tem como não gostar. Até os espanhóis ficaram bem impressionados! :-)

E o vento levou, mas os pakis devolveram

Eu já contei parcialmente a história de que o meu casaco havia saído voando. Pois bem! O que já era surpreendente, ficou ainda mais... vamos lá...
Preparando-me para o inverno, busquei uma oferta de proteção e adquiri, por 35 euros, uma boa opção. Como tudo que é barato tem seus contratempos, o famigerado cheirava um pouco a pó e resolvi colocá-lo no varal pra dar uma "arejada". Só não contava que o vento o levaria pra passear pela vizinhança. Pois é. Quando voltei ä minha casa no fim do dia, nem rastro de casaco. Com esperanças, bati na porta da vizinha, que não tinha visto nada passar voando e nem aterrisando no quintal dela... suspirei...
No dia seguite, no supermercado embaixo do meu prédio, pergunto ao paquistanês do caixa se por acaso ele não sabia de um casaco perdido e ele me disse que sim, que a vizinha o havia encontrado e que me devolveria. Não acreditei! Como não tive sorte ao bater à porta da salvadora, pedi que ela deixasse o bendito no mercado e eu voltaria a buscá-lo. Dito e feito. Um dia cheguei lá e o paquistanês repetiu: "chaqueta, chaqueta". E ele voltou para as minhas mãos, ainda no cabide, com um pregador a menos e o mesmo cheiro de pó. Acho que será melhor mandar lavar...

Buscam-se modelos de mãos

Eu começo a procurar emprego. Ainda meio de leve, me inscrevo em alguns sites, coloco a foto no currículo, dou uma olhada nas ofertas. Como logo mais chega o Natal e o Ano Novo e com isso umas merecidas férias da faculdade, que começou há menos de um mês, decido tentar algo mais informal e me cadastro no site de vagas para azafatas - que seriam recepcionistas, modelos para cortar cabelo, fazer aqueles samplings em supermercados, nada que exija mais esforço que um salto no pé e alguns sorrisos. Pois não encontro nada a que possa me candidatar, mas dou umas boas risadas, como com um anúncio que busca modelos de "manos" para um spot.
Olho bem pra minha, ainda com umas cicatrizes, e tenho certeza de que não vão servir, mas ainda assim fico me questionando com seria a mão ideal para a publicidade e juro que não consegui imaginar mas quem viu vai lembrar de um episódio do Seinfeld que fala sobre isso. George é escolhido como modelo de mãos. Vale muito a pena ver! :-)

pra quem quiser conferir o anúncio:

http://www.azafatasypromotoras.com/ofertas/250402/

URGE MODELOS DE MANOS PARA SPOT
Fecha de la oferta: lunes, 09 noviembre 2009
Núm. inscripciones: 61
Canal: Retail
Categoría: Otros
Agencia: AGENCIA AZAFATAS CATWALK
Provincia: Barcelona
Localidad: BARCELONA
Urge modelos de manos para spot en BARCELONA, casting dia 11-11-09 de 11-13 de la MAÑANA.INTERESADOS mandar cv y fotos donde se vean bien las MANOS!!!!!! A: madrid@catwalkmodelspain; remuneracion ; 170€ NETOS REF: modelo de manos

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lebre do Pirineu - 15 euros/kg


Depois de ter meu quarto, minha casa e o início de uma vida em ordem, decidi "empezar" a ser turista em Barcelona e "comecei" por um passeio pelo Mercado da Boquería, nas Ramblas.

Ali a expectativa era encontrar uma versão local do Mercado Municipal que temos em São Paulo, um pouco mais antiga, claro, e com as cores e os aromas locais.

Jamón era o mais comum que eu eu imaginava ver, mas o que mais me chocou não foram apenas os frutos do mar de ponta cabeça mexendo as patinhas, argh!!, e sim os coelhos, pelados ou com pelo, pendurados nas vitrines.

Acho que sou daquela teoria de que o que os olhos não vêem o coração não sente, porque eu como carne, sim, mas nada que venha na embalagem original, tipo uma rã ou entao um coelho. Acho que uma ilustração ajuda, nesse caso (arriba)
O bom é que, no final do mercado, comprei dois pacotinhos de pão de queijo pra assar em casa e fiquei feliz denovo! Pobres conejos :-(


Barça, Barça!!

Eu queria muito ir a un "partido"do Barça. Não só porque adoro futebol, mas porque o Barça é o Barça e o Camp Nou é o Camp Nou!

Vou dizer, fazia um frio de 12 graus, fora o vento que detonava qualquer cabeleira e fazia a galera gritar descendo do metrô em direção ao estádio. Vou dizer mais, valeu a pena ainda assim.

O jogo, contra o time do Mallorca, quinto lugar no campeonato espanhol, foi bonito. 1x0, 1x1, 2x1, 3x1, 4x1. Ufa! Nem esperava por tanto. Um 4x2 no fim pra não ficar tão chato...

Mas é diferente pra quem tá acostumada a ver Corinthians no Pacaembu. E olha que eu assisto nas cadeirinhas, viu, lugar de menina no estádio. No Camp Nou, enooooooooorme, todos estão sentados, impressionante. É lindo de se ver! A galera se empolga com o hino no começo. É emocionante até pra mim, que canto o que consigo pronunciar de catalão. Mas não rola aquele xingamento todo, ou aquela gritaria do futebol brasileiro. Não sei se era um jogo mais tranquilo talvez, pode ser. Eu soltei uns "hijo de la puta" para o juiz, rs... mas foi só graça...

O que sei é que é lindo de ver, mesmo que não seja de dentro. A cidade pára quando o time joga! Sou Barcelona desde criancinha... os ingressos de 7 euros que me aguardem :-)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O edredom

Eu não diria que sou uma pessoa simplesmente desastrada, diria que sou também distraída e desatenta, às vezes, mas o que importa mesmo é que fui até a IKEA, uma loja de móveis e tudo pra casa - tipo uma Tok Stok, porém maior e muuuuiiito mais barata. Precisava comprar um edredom - ou a famosa manta. Chegando lá, olhei todos os modelos e escolhi uma. Preço ótimo: 16 euros! Até achei a embalagem bem compacta, mas pensei que eram segredos da tecnologia local, rs...Quando chego em casa e vou, emplogada, abrir meu novo "aquecedor", cadê? O que eu tinha era, na verdade, apenas o que ia em volta do edredom, uma capa. Pegadinha?
Descubro depois que aqui eles vendem tudo separado, afeee, e que eu teria que comprar o conteúdo..., rs. É pra ser mais fácil na hora de lavar e tal...
Decido deixar pra depois e, por uma dessas coisas da vida, ou de morar em uma casa-hotel, no dia seguinte descubro embaixo da minha cama uma caixa - modelo de açougue - com o que viria a ser o conteúdo do meu edredom. Fiquei aliviada! O problema, até agora, tem sido organizar a espuma dentro da capa. Juro, não consigo. Tentei até entrar no negócio e empurrar. Não dá! Tá todo empelotado, mas por enquanto esquenta...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As máquinas


Uma coisa que me impressiona aqui é a ausência de pressoas trabalhando e a enorme quantidade de máquinas que as substituem - bilhete no metrô é básico, não existe a possibilidade de comprar das mãos de um ser humano e você pode pagar direto com cartão de crédito - fico imaginando aqueles velhinhos que vemos sofrendo nos caixas eletrônicos no Brasil, ainda não sei como eles fazem aqui, mas eu não os vejo...

No pedágio, saindo de Barcelona, por exemplo, você paga um valor - cerca de 1 euro - mais à frente, em outro posto, recolhe um cartão e no próximo pedágio vai colocar o cartão e pagar de acordo com a quilometragem percorrida - isso sempre com a ajuda das simpáticas máquinas.

Mas o mais surpreendente pra mim foi a do estacionamento em Cadaqués - não tem ninguém pra receber seu carro, manobrista, então, nem pensar, né - e a cobrança é feita por minutos!! Ave, depis do carro parado por horas, chegamos e vimos isso, ainda calculando em euros, fudeu!
rs


Taí a prova!

Às compras

Durante a semana, botar a vida em ordem. Ir ao supermercado aqui exige atenção - coisa que constantemente me falta - é preciso se lembrar de levar a sacolinha de casa, pra não pagar pelos prejuízos ao meio ambiente - ou o super vai te cobrar pela sacola. Dei sorte nesse dia e eles não cobravam, mas de qualquer forma, já comprei a minha retornável. O mais engraçado, no entanto, é comprar as coisas em catalão - muitas vezes eu não sabia o preço porque estava com a etiqueta fora do lugar. Ah, prefeira comprar outra coisa, rs... No final, carrinho cheio, precisei pesar tudo que era fruta, legume. Eles supostamente confiam na gente, porque você mesma vai lá, digita o código do produto e sai a etiqueta com o preço. Acho que no Brasil não ia rolar, né?

Casa nova





Depois do fim de semana intenso ainda me esperava uma mudança. O que eu não esperava é que a casa toda estaria de cabeça para baixo, com a saída de alguns dos membros e a chegada de novos, como eu. Minha cama, aconchegante e acolhedora, já não existia mais, assim como também não estava ali a TV, a geladeira e outras cositas - detalhes. Passei a noite "arreglando" gavetas e dando uma cara mais minha pra um quarto tão internacional quanto Barcelona. Vai saber quantos por aqui já passaram. O importante é que agora tenho meu próprio balcão, ou melhor, mi balcón en Barcelona!

domingo, 8 de novembro de 2009

Viagem de meninas




O fim de semana incluiu noite em Cadaqués, com direito a botellón - a prática dos espanhóis de beber nas praças e parques - com duas garrafas de vinho, compradas no supermercado a preços suuper acessíveis, rs. Sábado, subimos uma montanha rumo a um Monastério isolado beeem lá no alto - o que me faz pensar em como (e por que?) eles faziam pra carregar tantas pedras lá pra cima e, pior, empilhá-las - além do que devia fazer um frio dos infernos lá, meu Deus... Mas o lugar era lindo e a vista, demais. Confesso que suei um pouquinho com as curvas da subida que não terminava nunca - parecia um filme do 007. Domingo de visita a um museu de Dalí em Figueres - entre e casa e o museu, a dica turística é a casa - dá pra conhecer muito mais da personalidade do artista, me pareceu. De volta a Barcelona, volto dirigindo. Afogo o carro algumas vezes e quase atropelo uma chinesa no farol, mas chegamos vivas, ufa! Era só falta de prática.

Em Cadaqués







Esse é o lugar no qual Dalí escolheu viver - Cadaqués, um pueblo a cerca de 200 km de Barcelona. Ele era um artista completo. Pensava como artista o tempo todo. Sua casa tinha detalhes que eu jamais imaginaria, como uma sala redonda que dava eco bem no meio - devia gostar de uma suruba, certeza - e uns espelhos que refletiam nsa cama quando o sol nascia, além de dezenas de ovos, de todos os tamanhos, espalhados por todos os cantos (dizem que por conta de sua suposta infertilidade). Mas o melhor de tudo, e aí tenho que dizer que me identifiquei com ele (quem conhecia minha mesa de trabalho vai entender o que eu digo), é que ele tinha um monte de cacarecos na sua casa - a impressão que eu tive é de que ele guardou todos, mas todos mesmo, os presentes que ganhou na vida e colocou tudo na sua casa - podia ser uma caneta velha, uns óculos quebrados, uma garrafa de plástico - tudo tinha seu espaço e virava objeto de decoração. Uma mistureba só, mas divertida! Logo na entrada, um urso do meu tamanho quase - pra ir entrando no clima! Vale a pena. E com aqueles olhos esbugalhados que ele tinha e o cabelo meio em pé, eu diria que tinha mesmo uns parafusos a menos ou a mais, sei lá. Que bom!






E começo a desfrutar...

A segunda semana já é mais tranquila, de vez em quando dou uma olhada num site de empregos, atualizo meu currículo - e percebo que não tenho nenhuma foto séria pra colocar nele-, mas decido que de verdade só quero trabalhar a partir de janeiro, quando já terão passado minhas férias de Natal e Ano Novo (20 dias!). Sendo assim, me dedico a decidir um roteiro pro femigerado fim de ano: Paris? Frio demais! Sul da Espanha e Marrocos - caro demais e perigoso pra duas mulheres solas (Camila, minha amiga de sala brasileira vai me acompanhar na jornada). Decidimos então, por enquanto, fazer um tour pela Espanha - norte, centro e sul. Roteiro ainda em preparo. Eba! Natal em Valência e Ano Novo em Sevilha? Parece bom! Mas calma, ainda temos o fim de semana em Cadaqués - próximo post.

Madri

Meu primeiro fim de semana por aqui foi em Madri! Sem casa pra ficar em definitivo e com saudades da minha amiga Ana, corri pra lá. De busão, oito horinhas - nada que a experiência de anos viajando e um Dramin não solucionem. Perfeito. Amei a cidade, que já tinha visto uma vez, mas quase de relance. É linda, linda, com suas ruelas cheias de prédios antigos, ruas de tijolinhos epraças lotadas de gente pra lá e pra cá. Conheci um pouco da tal "marcha madrileña", que consiste basicamente em beber e beber em casa até tarde da noite e depois seguir de disco em disco, até beeem da manhã. Meu Dus, quanta energia têm esses espanhóis. No dia seguinte, quase não me levanto. O melhor foi que comecei a comer bem ne Espanha - tinha sofrido um pouco até então e Ana me levou pra conhecer coisas muito legais da cidade. Na segunda, quando só tenho aula no fim da tarde, passo o dia no busão de volta. De olho na estrada, vejo que tenho muito por onde rodar ainda...pés que coçam

Primeiros passos

Minha primeira semana em Barcelona foi dentro de casa buscando isso mesmo: casa. A indústria de "alquiler de piso" funciona. Você busca em alguns sites, marca uma visita e, dependendo do caso, se submete a uma entrevista. Eu tive sorte até. Depois de 3 visitas a lugares que não me agradaram - seja por um abacaxi podre dentro do quarto de um dos habitantes ou pela falta de janela nas "habitaciones" - encontrei o que seria minha morada, nem que fosse provisória - um quarto num apê dividido com mais quatro chicos - dois espanhóis e duas portugesas. Senti boa ernergia - e isso é o mais importante, mas também tinha um balcão lindo - mi balcón - além de banheiro e cozinha grandes e um salão com uma janela enorme - onde eu me sento para comer e fico olhando o reflexo do sol nas janelas vizinhas. Eu quis na hora, mas me fiz de difícil e liguei depois de uma hora pra fechar. Só teria que esperar mais uns 10 dias pra me mudar, porque o piso tinha "overbooking". Tudo bem. Quase tudo que é bom é mais difícil. Aceitei.

Precisa dizer?


Minha chegada a Barcelona foi bem à minha moda: perdi meu celular nos primeiros 20 minutos, no táxi muito provavelmente. No dia seguite, fui à aula no lugar errado - pequeno detalhe, era só do outro lado da cidade. Conclusão: cheguei ao lugar correto com duas horas de atraso e sem moral, já no primeiro dia. Mas, no meio do caminho, algo me fez esquecer minha falta de atenção por um momento: eu vi, pela janela do ônibus (o que é o mais peculiar), a Casa Bartló e fiquei arrepiada imediatamente. Chorei. Porque naquele momento entendi tudo que estava prestes a viver - eu iria olhar para o lado da janela do ônibus e me deparar com arte em todos os cantos, além de uma arquitetura de tirar o fôlego. Todos os dias, quando saio da estação de metrô onde vivo - uma placa me diz "Parque Guell - 1300 metros". Estou guardando essa pra depois. Sabe como aquele picolé que você gosta tanto que não quer que termine?

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O começo

Vim a Barcelona para uma temporada de vida diferente... queria conhecer a cidade onde sonhava viver (até então eu não sabia porque, agora digamos que posso sentir), queria me dedicar um pouco aos estudos - fazer uma pós-graduação, melhorar meu espanhol - pelo qual sempre fui apaixonada -, mas também queria descansar um pouco, ter um estilo de vida diferente e, claro, viajar por perto e, se possível, por longe - afinal viajar virou coisa séria pra mim, profissional, mas eu estou apenas começando...

Pra começar de verdade, esse blog já deveria estar valendo há quase três semanas, que foi quando eu cheguei aqui, mas sabe, né, as coisas burocráticas sempre passam na frente na nossa vida e voocê acaba deixando o mais gostoso pra depois.

Mas aqui, onde meu lado mais relaxado tem oportunidade de desabrochar, tenho muita vontade de escrever, de contar o que acontece comigo, o cheiro que as coisas têm, as cores que enxergo... vou tentar, a partir de agora!