segunda-feira, 15 de março de 2010

Itáaaaaaaaaliaaaaaaaaaa, má que?


Qualquer pessoa que eu conheço tem um pezinho na Itália ou conhece um monte de gente que tem. Eu tenho. Minha avó nasceu lá, bem no final do cano da bota, na comune de Massanzago, pronvíncia de Pádua, não muito longe de Veneza. Hoje em dia, mais de 80 anos depois dela ter deixado a cidade, a população é de menos de 5.000 habitantes. Imagina naquela época. Fora que fazia um frio desgraçado, me contava dona Tereza. Pra não passar mais frio, e nem fome, sua família decidiu embarcar com destino ao Brasil. E onde foram parar? Em Borborema.

Pelo visto, meus bisavós não gostavam muito de aglomerações mesmo.

Enfim, o que importa é que o sangue italiano é uma desculpa pra eu poder comer bastante macarrão, pizza, lasanha, gnochi, hum... e falar alto, gesticulando com a mão. Pelo menos é o que eu argumento quando alguém repreende meu volume um pouco exagerado.

Mas o que mais importa mesmo é que fiz uma visitinha relâmpago a este país vizinho e tãaaao peculiar.


Tudo começou no guichê pra alugar os carros. Tudo que perguntávamos, em inglês, o cara respondia em italiano ou suposto espanhol, não sei. Preocupadas com o fato de dirigirmos muito, pagamos por dois motoristas e ele cobrou por isso, mas nenhum documento provava quem podia dirigir. Ele disse que não tinha problema. Na estrada, 1.999.786 placas, uma em cima da outra, mostravam as diferentes direções para onde se podia ir. Quando nos decidíamos, nunca seguras de haver acertado, logo vinha outra placa que contradizia o que havíamos visto. Isso quando a distância até nosso destino não aumentava conforme avançávamos na estrada. Afe...
Chegando em Milão, eu dirigia, virando pra lá, voltando pra cá. Para ajudar, demos de cara com uma manifestação. Imagina o que são italianos barulhentos fazendo "barulho". Minha mãe.

Em uma esquina, não sabia o que fazer. Reticente, levei várias buzinadas e quando dei licença pro carro detrás passar, ouvimos uns palavrões que não entendemos perfeitamente a princípio, mas como o italiano possesso gritou sem parar e repetiu várias vezes, chegamos a conclusão de que seria algo entre "mongolóide"e "pata". Ou os dois. Tudo que fizemos foi ficar um pouco assustadas com tanto entusiasmo e rir.

Bom, a saga do carro durou a viagem toda. Nosso hostel em Milão, no estilo viagem perrengue, de quem economiza cada centavo, ficava a 8 quilômetros do centro da cidade, mas isso não especificava que havia um monte de obras no meio do caminho e que repetiríamos o mesmo caminho mais ou menos umas 15 vezes antes de encontrá-lo. No outro dia, rumo a Florença, fomos um pouquinho melhor. Demoramos a sair da cidade, mas logo nos encontramos.

Na volta, San Gimignano nos proporcionou aquela vista da Toscana dos filmes. Ainda bem que não estava dirigindo nessa hora. Pude admirar. Em Pisa, achamos que chegaríamos e daríamos de cara com uma torre que nos guiaria pelas ruas, como que nos chamando em sua direção. Que nada. Rodamos, rodamos, rodamos. E ainda mais pra sair. Nunca vi como gostam das famosas rotundas, que fazem você parar, olhar para um lado, para o outro e, na maioria a das vezes, continuar em frente.

Chegamos a Bergamo, nosso destino final, o aeroporto, as 3h da manhã, sendo que nosso voo saía às 8h30. No melhor estilo perrengue parte 4 decidimos ficar direto no aeroporto, sendo que alguém teria que ficar no carro para devolvê-lo no dia seguinte.

Resultado: saquei todas as roupas da minha mala, enrolei os pés, fiz travesseiro e cobertor e deitei ali como se fosse a melhor cama do mundo. Obviamente não consegui dormir um segundo, porque além do desconforto, que nem era o pior, meu pés pareciam dois picolés de tão gelados, já que fazia quase 0 graus lá fora e as dondoconas aqui, eu e minha inseparável companheira Ana, achamos que íamos ficar quentinhas dentro do carro. Ligamos o ar quente, viramos pra lá e pra cá e nada. Tão logo começou a amanhecer, apareceu o ônibus que nos levaria até o aeroporto. Ali, pelo menos, estaríamos mais quentinhas. E foi o que fizemos. Encontramos nossas amigas em um estado tão conservado quanto o nosso, esperando pelo que seria o voo dos infernos. Esse do qual já falei no post anterior.

E olha, nada disso tirou o fato de ter sido uma viagem mágica e quase perfeita, porque a Itália é linda, as paisagens incríveis, a comida incomparável, os italianos, com seu sangue quente, chiques e cheirosos e o que dá mesmo, depois de tudo isso, é vontade de voltar. Quem sabe logo mais!

E ainda conto aqui a experiência comida-arte-paisagem. No próximo...

Esse vídeo define perfeitamente o que é a Itália :-)

3 comentários:

  1. Acho que nada define melhor os italianos que aquela animação do Bruno Bozzetto, dos disquinhos da Itália e da União Europeia... Hahahah
    Em tempo: dois textos sobre a Itália e ainda não sei o que você viu lá! Garota relapsa... Para ilustrar o próximo post, quero a famosa foto de turista de você segurando a Torre de Pisa, hein!
    Beijo!

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  2. Caipira dos infernos!!
    Duvido que a pasta dai bate a do ArtKilo hahaahahaha...

    Saludos!

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  3. Meu, a animação é incrível. Me matei de rir!
    Vou fazer um especial Itália (Roma, Milão, Florencia e Pisa) Calma, calma, rs...

    Gordo,
    Nenhum lugar no mundo tem uma pasta parisiense como a do ArtKilo. Como anda a sociedade?

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