terça-feira, 9 de março de 2010

Meu santo é forte


Minhas mão suavam. Eu ria sem parar. De nervoso. O piloto falou: Vamos aterrissar no aeroporto de Reus. Eu entendi: agora é só rezar pra Deus.

Depois de 1h30 de atraso na saída do voo Milão-Barcelona, de vários avisos para não tirar o cinto durante a viagem e do anúncio de que o avião estava pronto para baixar, tipicamente seguido por aquele movimento de descida nada simpático, o comandante avisa que não vai conseguir pousar em Girona. O avião volta a subir e a fazer aquele barulho de motor de carro 1.0 ladeira acima. Jurei que nunca mais viajaria de Ryanair. Merda, quem manda ser pobre.

Seguimos para Reus, que é o aeroporto ao sul de Barcelona. Cacete. Estou ainda mais atrasada para o trabalho. Se meu chefe soubesse quanto eu queria estar sentada na minha mesa, quietinha... Alguns minutos depois, meu suor continua acelerado. Depois de começar a descer, voltamos a subir. Silêncio. O piloto então avisa que tampouco poderíamos aterrissar em Reus. Ou seja, acho que vamos ficar passeando no céu, na tormenta. A saída é apresentada: vamos para Barcelona.

Aí descubro que meu santo é realmente forte, porque ao primeiro anúncio de que Girona não nos receberia disse às minhas amigas: "bem que poderíamos aterrissar em Barcelona, então, né..." e na sequência mais uma prova: quando reclamo que vamos morrer com o prejuízo da passagem Girona-Barcelona que havíamos comprado, os italianos sentados a nossa frente compram nosso bilhete, depois de serem convencidos por uma catalã muito simpática, vizinha de poltrona e com pena de cinco estudantes de bolsos vazios vendo se esvair seus 11 sofridos euros.

Para completar o dia, foi a neve em Barcelona. E não foi uma nevinha não. Foi uma nevasca. Como não se via há 30 anos, 60, 150, sei lá. Segundo os mais exagerados, nunca se havia visto. Só sei que o fato, além de me proporcionar uma vista incrível da janela do trabalho, fez com que o dia terminasse melhor: não tive aula e pude ir direto pra casa, ainda com a mala da viagem, depois de passar a noite tentando dormir no estacionamento do aeroporto, com os pés congelados, e de dois dias sem conseguir tomar banho. Ops, acho que não era pra contar esse detalhe... mas continuo no próximo texto, finalmente sobre o fim de semana increíble na querida e vizinha bota, "sob o sol da Toscana".





Nenhum comentário:

Postar um comentário