sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Ano Novo, todo atrapalhado, como eu


No momento em que escrevo esse post estou com os pés de molho na bacia de água quente pra fazer meu pedicure, eu mesma. A vida aqui não é nada glamourosa... mas tá bem gostoso, coloquei um óleo cheiroso e massageio os dedos pra relaxar, sinto o cheirinho do óleo subindo, mexo os dedos devagar, estão macios... É com coisas simples como essa que continuamente concluo como a vida é incrível e nos deixamos levar muitas vezes sem prestar atenção...

Meu Ano Novo começou assim também, de forma simples, porém encantadoramente inédita. Como não podia ser diferente, foi atrapalhado. O combinado era uma ceia no hostel ontem estávamos hospedadas, em Sevilha. Horário mental programado: 22h30. Tomamos banho calmamente, Cami fazia as unhas na cama de cima do beliche, eu me maquiava, trocava de brinco, improvisava um cinto com uma meia-calça (ficou bom no final, ninguém notou), quando chegam as americanas do nosso quarto já saindo pra rua e eu pergunto se elas não iriam "cenar con nosotros". Elas respondem que sim, mas que a cena já estava acabando. Fudeu.

Cami sai do telefone correndo, baixamos do jeito que estamos prontas e tudo está lá, tão bonitinho, decorado com velas, as pessoas sentadas, já "comidas" e nós, as loucas, enrolando pro jantar...Estava tudo programado para 20h30 e não 22h30. Peço nossas quentinhas, que estavam guardadas junto com a de dois outros desavisados, que também ainda não tinham aparecido. Nos acomodamos na mesa junto com nossos novos amigos e ali comemos a lasanha preparada pelo chef do hostel. Bem boa, por sinal. De sobremesa, tiramissú. Bebida à vontade. Vou comemorar o Ano Novo à base de sangria.

Pouco, mas bem pouco antes da meia noite, subo pra pegar as uvas da sorte. Quando chego de volta, todos já se abraçam. Ops, acho que me atrasei na contagem regressiva. Ai, meu Deus, começo a comer correndo, e tem que ser 12, sem saber em que pensar pro ano. Não me planejei antes! Atrapalhada, lógico, derrubo umas uvas, mas não sei quantas. Perco as contas. Reponho as perdas. Continuo tentando comer depressa e fazer os pedidos. Não sei quantas comi, nem lembro o que pedi. Brindamos com cava. Mais cava. Não consigo falar com minha família, pra variar. Do Brasil, pouquíssimas mensagens - ninguém tem meu celular - mas muito especiais. Amigos daqui me ligam. Fico feliz!

Saímos por Sevilha. Entramos numa discoteca. Dançamos automaticamente. Meus amigos se sentem ameaçados: ambiente gay. Estou caindo de sono. Na esquina do hostel, o americano do meu quarto, só de cueca e meia, consola sua amiga que chora, de bebedeira, provavelmente. Ajudamos a levá-la de volta pro quarto. Não lembro o que pedi nas 12 uvas, mas com certeza não foi sossego. Lembro, isso sim, de dar uma volta no quarteirão com uma mochila nas costas. Dizem que é pra dar sorte e muitas viagens no currículo. Nisso estou me empenhando firmemente. E Feliz Año. Afinal, 2010 já tem quase um mês!


















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